Portanto, "a máquina
de fazer espanhóis" está lido. E deixem-me dizer-vos que foi dos livros
que mais gosto me deu ler em muito tempo… Fiquei completa e totalmente
apaixonada pelo valter hugo mãe, pela sua escrita original, pelas suas
palavras, pela história… enfim! É tudo bom (menos a capa, que é feia, feia! Lá
está, não se deve julgar um livro pela capa…)
Tenho a mania de ir
marcando as páginas dos livros que leio com postais onde vou escrevendo
sensações que os livros me dão, teorias. Neste, além de umas ideias mais
pessoais, escrevi que é "Um livro que, se lido em voz alta a um
estrangeiro, o fará apaixonar-se pela nossa língua..." E é mesmo. A sonoridade que as palavras de valter hugo mãe proprocionam à nossa língua fazem com que ela fique ainda mais bonita. Cada
palavra fica bem com a palavra anterior e com a palavra a seguir. Todo o texto
parece um poema. E além disso, conta com personagens inesperadas que não vos
vou contar para não estragar, mas que acreditem que, para quem gosta de
Fernando Pessoa, será uma surpresa!
Deixo-vos dois excertos
para ficarem com água na boca:
com a morte, tudo o que respeita a quem morreu
devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é
o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me
dissessem, senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe
os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar
o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade
de agora em diante.
assim é o amor, uma estupidez intermitente mas
universal. toca a todos.